Segundo
grevistas, pelo menos 2 milhões de perícias já foram canceladas. Principal reivindicação é redução da jornada de trabalho de 40h para 30h.
A greve
dos médicos peritos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) completou 102
dias, nesta terça-feira (15), em São Luís. De acordo com a Previdência Social, 30%
da categoria continua em atividade, mas o que se vê é que, desde que o início
do movimento, as agências estão cheias.
A copeira
Francisca Silva conta que é a quarta vez que vai à agência do INSS, no bairro
Alemanha. Com problema na coluna, ela diz que ainda não conseguiu fazer a
pericia médica e, sem o laudo pericial, não pode receber o auxílio-doença
enquanto está afastada do trabalho.
"Não
tô recebendo nada. Nem da empresa e nem do INSS. A minha filha mais velha que
trabalha, nem um salário ela ganha, ela ganha R$ 500,00. Com esse que ela se
mantém e me ajuda", conta.
O
assistente social Sérgio Cabral quebrou o pé no ano passado. Além das dores que
sente, ele diz que o que mais incomoda é a perda de tempo.
"Não
consegui não, [a perícia] ficou remarcada para hoje. Aí, chega aqui, diz que
até agora nada, né? Vamo ver o que vai acontecer", lamenta.
Nas
contas dos grevistas, em todo o Brasil, quase dois milhões de perícias já foram
canceladas e, agora, os exames estão remarcados só para o ano que vem. A espera
dos trabalhadores só aumenta. "Mês passado que eu vim, não tinha [médico]
pra fazer.
Mandaram eu ficar ligando", conta o pedreiro Dilson Mendes.
Impasse
O INSS calcula que o tempo médio de espera para agendar uma perícia passou de 20 dias, antes da greve, para 49 dias ou mais. A categoria diz que as negociações com o governo federal estão travadas.
O INSS calcula que o tempo médio de espera para agendar uma perícia passou de 20 dias, antes da greve, para 49 dias ou mais. A categoria diz que as negociações com o governo federal estão travadas.
"Esse
retardo é prejudicial à população sim, já está havendo um acúmulo muito grande
de atividades e a gente pede para que o governo veja esse ponto da questão da
carreira. A categoria pediuu o aumento salarial por perda inflacionária, mas
esse não é o ponto principal. O principal é melhorar a nossa atividade",
explica a representante da Associação Nacional de Médicos Peritos da
Previdência Social do Maranhão, Érika Pereira.
A
principal reivindicação dos grevistas é a redução da jornada de trabalho, de 40
para 30 horas por semana. Depois, um reajuste de 27,5%, mas o governo ofereceu
só 10% e, também, a contratação de mais peritos.
Em São
Luís, existem 49 peritos ativos. O salário inicial é de R$ 11 mil e chega a R$
16 mil no final da carreira.
Do G1 MA

Nenhum comentário:
Postar um comentário