O encolhimento vem acompanhado de
inflação acima do teto da meta.
BRASÍLIA
- A economia brasileira deve encolher 2,95%, este ano, de acordo com projeções
de instituições financeiras consultadas pelo Banco Central (BC). Esse foi o 13º
ajuste consecutivo na projeção de queda do Produto Interno Bruto (PIB). No
boletim Focus divulgado na semana passada, a estimativa estava em 2,81%. A
queda estimada para a produção industrial é 3,5%, este ano.
Para as
instituições financeiras, o encolhimento da economia vem acompanhado de
inflação acima do teto da meta (6,5%), em 6,87%. Na semana passada, a
estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) estava
em 6,86%. O centro da meta de inflação é 4,5%.
O
principal instrumento usado pelo BC para controlar a inflação é a taxa básica
de juros, a Selic. O Comitê de Política Monetária (Copom), responsável por
definir a Selic, elevou a taxa por sete vezes consecutivas. Nas reuniões do
comitê em setembro, outubro e novembro de 2015, o Copom optou por manter a
Selic em 14,25% ao ano. Na reunião do Copom deste mês, as instituições
financeiras esperam que a Selic suba para 14,75% ao ano. Ao fim de 2016, a projeção
para a Selic é 15,25%.
A taxa é
usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e
Custódia (Selic) e serve como referência para as demais taxas de juros da
economia. Ao reajustá-la para cima, o BC contém o excesso de demanda que
pressiona os preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam
a poupança.
A
pesquisa do Banco Central também traz a projeção para a inflação medida pelo
Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) que permanece em
6,14%, este ano. Para o Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M), a estimativa
foi ajustada de 6,48% para 6,51%. A estimativa para o Índice de Preços ao
Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe) segue em
5,81%. A projeção para a alta dos preços administrados permanece em 7,5%.
A projeção para a cotação do dólar subiu de R$ 4,20
para R$ 4,21, no fim deste ano. A estimativa para o deficit em
transações correntes, que são as compras e vendas de mercadorias e serviços e
as transferências de renda do país com o mundo, passou de US$ 38,6 bilhões para
US$ 38,5 bilhões, este ano. A estimativa para o superávit comercial
(exportações maiores que importações de produtos) subiu de US$ 33 bilhões para
US$ 35 bilhões.
O
investimento direto no país (recursos estrangeiros que vão para o setor
produtivo) deve chegar a US$ 55 bilhões.
A dívida
líquida do setor público deve chegar a 40% do PIB, de acordo com a estimativa
das instituições financeiras.
AGÊNCIA BRASIL

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